30 agosto 2007

"Às vezes eu queria fugir.
Fugir para um lugar desconhecido.
Um lugar no qual ninguém pudesse me ver.
Um lugar no qual não me sentisse presa.
Por olhares, por curiosidades, por desejos, por obrigações.

Queria fugir para um lugar
Onde pudesse ver o mundo girar através do Sol, da Lua, das estrelas.
Um lugar onde pudesse ver o tempo passar através de nuvens, de pássaros, de folhas...

Iria fugir para um lugar onde eu pudesse sonhar.
De olhos abertos. De olhos fechados.
Um lugar onde a beleza não seria vulgar e a feiúra, peculiar.
Onde o físico não chamasse atenção.
Onde, na verdade, o coração fosse a grande atração.

Visitaria um lugar...
Onde não existissem surdos, mudos, cegos.
Onde um coração fosse a chave para abrir outro.
Onde desejos não saíssem através de palavras, mas por olhares.
Onde bocas agissem sem dizer.
Onde as mãos se juntassem sem jamais se separar.
E onde corpos pudessem se unir sem precisar se tocar..."